Previsão é que o índice do custo de vida seja de pelo menos 7,3% em 2015

Com aumentos nos preços de combustíveis e na energia, em breve outros produtos já estarão mais caros

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As projeções dos economistas e empresários de diferentes setores apontam no mesmo sentido: outros produtos e serviços de uso diário dos consumidores vão ficar mais caros já nos próximos dias. Tudo devido ao aumento de impostos da gasolina e da tarifa de energia elétrica mais cara _ (leia mais abaixo).

Os primeiros serão os hortifrutigranjeiros, que precisam de refrigeração e são transportados diariamente até fruteiras e mercados. Com esse aumento de gastos das indústrias, comércio e prestadores de serviços sendo repassado ao consumidor, a previsão é que o Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM) termine o ano em pelo menos 7,3% (em 2014 a inflação foi de 6,71%). O boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, prevê que no país a inflação deve ser de 7,01% no fim de 2015.

Produtos básicos em qualquer refeição, como tomate, alface e cebola, estão entre os que provavelmente terão alta expressiva em poucos dias, conforme o economista e coordenador do ICVSM, Mateus Frozza. A tendência é que fruteiras e mercados pequenos, que são abastecidos por produtores da região, tenham um aumento menor do que supermercados grandes.

_ O pão, que também sofre a influência do dólar, e a carne, que precisa ser constantemente refrigerada, completam a lista. Com isso, até lanches rápidos ficarão mais caros _ afirma Frozza.

Na Fruteira Maria, onde as verduras, frutas e legumes estão sempre sob o ar condicionado ou na câmara fria, e vêm de longe _ o fornecedor mais distante fica no Ceará _ já se projeta que na semana que vem os produtos chegarão mais caros às prateleiras. Outro fator para que o impacto seja grande é que parte dos produtores de hortaliças perderam a produção com as enchentes :

_ A gente tem que administrar o preço, não repassar tudo de uma vez. Mas não temos dúvidas que principalmente as frutas que vêm de longe vão vir mais caras _ afirma Sandro Biacchi, que já sentiu nas contas da empresa um aumento de 25% no gasto com energia elétrica.

Outros setores da economia também terão de arcar com gastos extras a partir de agora (leia no quadro), e deverão repassar os gastos para seus clientes. E não vai demorar para que o consumidor passe a sentir o peso da inflação, que é o aumento generalizado de preços, no seu bolso.

_ Até o Carnaval, a festa estará completa _ ironiza Frozza.